Abortamento
Abortamento é a interrupção da gravidez antes que o feto se torne viável, ou seja, antes que tenha condições de vida extra-uterina.
Do ponto de vista de sua causa, classifica-se o abortamento em 2 tipos principais: espontâneo e provocado.
Abortamento espontâneo
São numerosas as causas naturais do abortamento. Uma delas é a implantação do óvulo fecundado em pontos anormais do corpo da mulher. É o que ocorre na gravidez tubária, ovariana, abdominal e cervical. No primeiro caso, o óvulo implanta-se na trompa; no segundo, dentro de um folículo ovariano; no terceiro, na cavidade peritoneal; no último, no canal cervical. É muito raro a implantação ocorrer inicialmente na cavidade peritoneal. Mais comumente, verifica-se uma implantação original tubária a que se segue ruptura de tecido e posterior implantação abdominal.
O abortamento espontâneo pode decorrer também de fatores genéticos; por fatores químicos; por doenças infecciosas contraídas pela mãe; por radiações e muito pouco por motivos de choques físicos.
Os principais sintomas do abortamento espontâneo são dores no baixo ventre e perda de sangue. As dores são causadas pelas contrações com que o organismo tenta expulsar o óvulo. Ao fim do processo, essas dores tornam-se cólicas fortes. A intensidade da hemorragia depende da extensão da superfície do descolamento provocado na parede do útero.
Abortamento provocado
Como toda intervenção cirúrgica, o abortamento, praticado em condições deficientes, às vezes acarreta vários problemas. O mais grave é a perfuração uterina, que pode causar peritonite e morte. Outro risco grave é a hemorragia profusa, capaz de causar choque. E, finalmente, há uma série de infecções que, a depender das circunstâncias, podem se revelar graves e até mortais.
Em mulher suscetível, a interrupção da gravidez pode precipitar uma reação psiconeurótica ou mesmo psicótica grave. Para alguns psiquiatras, cada aborto é uma experiência carregada de riscos sérios para a saúde mental.
A Igreja Católica sempre se colocou radicalmente contra a prática do abortamento.
Segundo o Datasus, em 1989 foram registradas 314.911 internações por abortamento. As estimativas são de que ocorrem, a cada ano, cerca de 1,5 milhões de abortos e 10 mil mortes.